750 mil vacinas da dengue chegam ao Brasil; qual a previsão para começo da vacinação?

O Brasil recebeu, neste sábado (20), a primeira remessa das 750 mil doses da vacina Qdenga, contra a dengue. Essa dose foi gentilmente cedida pelo laboratório japonês Takeda Pharma e será disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

O Ministério da Saúde espera ainda a chegada de mais 600 mil doses gratuitas, o que somará um total de 1,32 milhão. Adicionalmente, foram adquiridas 5,2 milhões de doses que serão entregues ao longo do ano até novembro. Devido à limitada capacidade de produção do laboratório, apenas pouco mais de 3,2 milhões de pessoas poderão ser vacinadas este ano. A vacina requer duas doses, tendo um intervalo mínimo de 90 dias entre elas.

Vacinação e público-alvo

Em 2024, o alvo serão crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária com maior índice de hospitalizações por dengue. Pessoas mais velhas, um grupo pouco atendido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não foram liberadas para receber a vacina. As primeiras doses são esperadas para serem aplicadas em fevereiro. 

Por causa da limitada produção, o Ministério da Saúde e os conselhos das Secretarias de Saúde de estados e municípios concordaram em direcionar as doses aos municípios maiores. Para serem contemplados, deverão ter alta taxa de transmissão nos últimos dez anos e uma população residente igual ou maior que 100 mil habitantes.

Pioneirismo

O Brasil é pioneiro em oferecer a vacina contra a dengue em seu sistema público de saúde. O Ministério da Saúde aprovou a incorporação da vacina em dezembro de 2023. A vacina já está disponível em clínicas privadas desde julho, após a aprovação pela Anvisa em março do ano passado. Quando aplicada, funciona como uma prevenção à dengue em pessoas de 4 a 60 anos, independentemente de exposição anterior à doença e sem a necessidade de teste pré-vacinação.

Como a vacina Qdenga funciona

Com design baseado em quatro sorotipos distintos, essa vacina usa a tecnologia de vírus atenuado. Ela injeta um vírus da dengue modificado que é capaz de infectar as células, mas não causa a doença. Após a aplicação das duas doses, com intervalo de 90 dias, a vacina tem eficácia de 80,2% contra a dengue, e o período de proteção é de 12 meses após a aplicação da segunda dose. 

No entanto, a vacina Qdenga deve ser evitada por gestantes, lactantes e pessoas imunodepressivas ou em tratamento imunossupressor. Devido à enfermidade do vírus, a Anvisa ainda não aprovou a aplicação em idosos, pois eles possuem imunidade mais baixa e têm potencial para desenvolver a doença.

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