Na presidência do G20, Brasil quer pautar desigualdade, fome e pobreza

Em um momento histórico, o Brasil assumiu, em 1º de dezembro do último ano, a presidência temporária do G20. Esse importante fórum de cooperação internacional agrega as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana. Durante seu mandato de um ano que se encerra em 30 de novembro, o Brasil conduzirá mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e aproximadamente 20 reuniões ministeriais. Importante figura nessas reuniões será o embaixador Maurício Lyrio, que ocupa a função de “Sherpa do Brasil para o G20“.

Definição de sherpa e o papel do Brasil no G20

Originalmente, o termo sherpa é atribuído a um povo que guia alpinistas nas montanhas do Himalaia, no Sudeste asiático. Na diplomacia, o termo designa os articuladores e negociadores em cúpulas de chefes de Estado e governo. Seguindo essa lógica, nos dias 18 e 19 de novembro, o embaixador Lyrio ocupará uma posição de destaque na cúpula do Rio de Janeiro. 

Para o embaixador, a presidência do Brasil no G20 gera oportunidades para “unir as agendas de inclusão social e sustentabilidade ambiental ao desenvolvimento econômico”. Neste sentido, Lyrio concedeu entrevista por escrito à Agência Brasil esclarecendo pontos chave da presidência brasileira.

As prioridades do Brasil na presidência do G20

A presidência brasileira tem como uma das suas principais metas o revigoramento do multilateralismo e a promoção da reforma das instituições de governança global. Lyrio ressaltou que “muitas das organizações internacionais foram concebidas na década de 1940, refletindo uma realidade que não existe mais.” Assim, o Brasil busca, durante sua presidência, atualizar as estruturas dessas instituições para que elas representem melhor seus membros e entreguem resultados efetivos. Isso só será possível, segundo o embaixador, com “um sistema multilateral revigorado capaz de alcançar a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável inclusivo”. 

Outra prioridade é a sustentabilidade através de três dimensões: social, econômica e ambiental. Conforme Lyrio, “o G20 tem um papel importante na mobilização de recursos para enfrentar os desafios globais no campo da sustentabilidade”. O objetivo é garantir um crescimento econômico que não ocorra às custas das futuras gerações e que priorize a criação de empregos, inovações e investimentos em setores que promovem a prosperidade a longo prazo, reduzem as desigualdades e preservam o meio ambiente.

Futuro desafiador para o G20

Ao assumir a presidência do G20, o Brasil se encontra diante de um cenário global complexo, com guerras, tensões comerciais e golpes militares. Diante deste contexto, a presidência brasileira terá o desafio de fazer com que o G20 coordene efetivamente respostas aos desafios globais. 

Apesar das dificuldades, o embaixador Lyrio acredita na capacidade do Brasil de fazer a diferença tanto na estrutura do G20 quanto em suas políticas. Um caminho fundamental para isso será o fortalecimento do multilateralismo e a reforma dos organismos multilaterais para que seus representantes sejam mais eficientes na busca pela paz e desenvolvimento mundial.

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