Maior grupo financeiro não deu certo no Brasil: conheça a história do HSBC

Em 1865, o HSBC (Hong Kong and Shanghai Banking Corporation) foi fundado por escoceses nas cidades de Hong Kong e Shanghai. A instituição financeira nasceu da Primeira Guerra do Ópio, direcionado a financiar o crescente comércio entre a China e o Império Britânico. 

Por muitos anos, foi a instituição responsável pela emissão da moeda nessas duas cidades e também na Tailândia. Em sua longa trajetória, o banco enfrentou guerras, crises financeiras e mudanças geopolíticas, mantendo a cultura escocesa em seu núcleo, até se tornar o maior banco do mundo em ativos.

A história marcante do HSBC

A história do HSBC é rica e cheia de desafios. Durante a Segunda Guerra Mundial, a sede do banco em Hong Kong foi ocupada pelas forças japonesas e seus dois principais executivos foram capturados e aprisionados em campos de concentração, onde vieram a falecer. 

Apesar das adversidades, o HSBC conseguiu se reestruturar e transferiu sua sede para Londres, na Inglaterra, expandindo suas operações para a Europa, América Latina, Estados Unidos e Oriente Médio. Aquisições estratégicas, como a do renomado British Bank of the Middle East, contribuíram para que o HSBC se tornasse um dos bancos mais influentes do mundo.

Hoje, o HSBC é considerado o maior banco do mundo em ativos, chegando a incríveis US$ 2,6 trilhões. O banco tem uma equipe global, com 315 mil  funcionários e uma base de 125 milhões de clientes espalhados pelo mundo, com 7.200 agências. 

Além disso, se mantém fiel à sua cultura de valorização de talentos, independentemente da nacionalidade. Como instituição global, o HSBC possui executivos de todas as nacionalidades, inclusive brasileiros em altos cargos.

Como é a trajetória do HSBC no Brasil?

O HSBC fez sua estreia no mercado brasileiro em 1997 com planos grandiosos. Ao adquirir o antigo e falido Bamerindus, o inglês Michael Geoghegan, o primeiro presidente da instituição no país, sonhava em transformar o HSBC Brasil no maior banco privado brasileiro.

Para alcançar a meta, Geoghegan pretendia aproveitar a experiência do HSBC no mercado internacional e investir na democratização do atendimento ao cliente. Isto incluía atrair clientes das classes C e D, que eram ignoradas pelos grandes bancos atuantes no país.

Contudo, 18 anos após a chegada de Geoghegan, o sonho de transformação do HSBC Brasil não se materializou. Com o título de sexto maior banco do país, em termos de ativos, e com uma clientela majoritariamente de alta renda, o HSBC Brasil não conseguiu se destacar como planejado. Ao invés de lucros, registrou prejuízo de R$ 549 milhões em 2014 e passou por dificuldades para crescer na área externa devido ao protecionismo do mercado brasileiro.

O fim das atividades do HSBC no Brasil

O encerramento das atividades de varejo no Brasil faz parte de uma estratégia global de retração e simplificação do HSBC. Ambicionando concentrar-se na Ásia, de onde vem a maior parte de seu lucro, e consolidar a sua posição na Europa, o banco decidiu sair do varejo também na Turquia.

Ao encerrar suas operações no Brasil, o HSBC deixou para trás um espólio valioso, incluindo a financeira Losango e uma carteira de clientes com marcas renomadas.

Ao relembrar a trajetória do HSBC no Brasil, notamos que o mundo corporativo é imprevisível. A história do banco no mercado brasileiro é um lembrete de que nada é garantido no mundo dos negócios e que a adaptação é crucial para a sobrevivência. E em tempos de mudança constante, a capacidade de se adaptar rapidamente é mais importante do que nunca.

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