Raquete elétrica ou repelente: descubra o mais eficaz contra o mosquito da dengue

O estampido agudo seguido por um silêncio tranquilo é o desfecho esperado quando um mosquito é eliminado pelo estalo elétrico de uma raquete. Em um contexto marcado pelo recorde de casos de dengue no Brasil, cada inseto neutralizado pelo choque de 0,005 amperes desses dispositivos traz um sentimento de alívio.

Contudo, é fundamental destacar que a satisfação com a eficácia da raquete elétrica não deve suprimir outros cuidados essenciais na batalha contra o Aedes aegypti. Apesar da popularidade e da acessibilidade das raquetes elétricas, não devemos encará-las como uma solução definitiva para a eliminação dos mosquitos.

Raquete elétrica

Uma raquete elétrica é empregada para eliminar os mosquitos presentes no ambiente, contudo, não tem a capacidade de prevenir a infestação ou controlar eficazmente a população de mosquitos. Esses dispositivos não têm a capacidade de atrair ou repelir os insetos, requerendo que o usuário os localize e atinja ativamente.

As raquetes apresentam restrições que não estão presentes em barreiras químicas, como repelentes, ou físicas, como telas de proteção. Maria Anice Mureb Sallum, professora da USP com vasta experiência de mais de 45 anos na área de taxonomia e ecologia de mosquitos vetores de doenças infecciosas, adverte que as raquetes elétricas não constituem uma medida de controle eficaz.

Repelente

O dilema surge quando um mosquito, como o Aedes aegypti, é detectado somente após uma picada, aumentando assim o risco de transmissão de doenças como a dengue. Nessas circunstâncias, é crucial implementar medidas preventivas mais abrangentes.

Para garantir uma proteção individual eficiente, é aconselhável utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo, calçados fechados e aplicar repelentes devidamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Repelentes contendo ingredientes ativos como DEET, IR3535 ou icaridina são particularmente eficazes na prevenção de picadas de mosquitos portadores de doenças.

Veja também: Brasil deve bater recorde de casos de dengue: qual melhor repelente para se proteger?

Veja também: Combate à dengue: benefício social pode estar a caminho; entenda

Dengue 2024

Óbitos por Dengue

• O Brasil está próximo de igualar, em apenas quatro meses, o total de óbitos por dengue registrados durante todo o ano de 2023, apontando para um possível recorde de mortalidade relacionada à doença para o atual ano.
• Segundo dados do Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde, já foram contabilizadas 1.116 mortes por dengue em todo o país em 2024, aproximando-se do total de 1.179 óbitos registrados no ano anterior.
• O número de óbitos sob investigação aumentou significativamente, passando de 114 casos em 2023 para 1.807 até o momento.

Casos Prováveis

• O número de casos prováveis atingiu a marca de 2.963.994, representando um aumento de 79,7% em relação aos 1.649.144 casos registrados durante todo o ano anterior.
• O coeficiente de incidência também apresentou um aumento expressivo, atingindo 1.459,7 casos a cada 100 mil habitantes, um incremento de 88,8% em relação ao ano anterior.

Letalidade

• A letalidade em casos prováveis diminuiu de 0,07 em 2023 para 0,04 em 2024.
• Por sua vez, a letalidade em casos graves passou de 4,83 no ano anterior para 3,93 neste ano.