“Esposa Troféu”: termo ganha força em relacionamentos no Brasil; entenda o que é

Para Byanca Moraes, natural de Minas Gerais e com 29 anos de idade, e uma multidão de mulheres que expõem suas vivências como esposas apoiadas financeiramente pelos parceiros – por vezes intituladas “esposa troféu” -, o desejo de que o homem arque com todas as contas não implica em respaldar o modelo convencional de família patriarcal.

Antes de se envolver com seu atual esposo, ela tinha a certeza de que as mulheres que contavam com o suporte financeiro de seus parceiros eram vistas como submissas e simples adornos no lar. Atualmente, ela aborda livremente esse assunto em suas redes sociais e sustenta a ideia de que mulheres contemporâneas e autônomas também podem ter “um homem provedor” em suas trajetórias.

“Esposa Troféu”

“Esse conceito mudou muito. Hoje em dia, um parceiro provedor é aquele que não apenas sustenta financeiramente, mas também valoriza, reconhece e admira. Isso deveria ser o mínimo em todos os relacionamentos, mas infelizmente não é”

– Byanca Morais

Byanca também declara ter pleno acesso às contas bancárias conjuntas e a liberdade de despesas, apesar de não ser a principal provedora financeira da casa. Embora continue seu trabalho como influenciadora, ela canaliza todos os ganhos provenientes das redes sociais para despesas pessoais ou investimentos.

Segundo dados do portal Meu Patrocínio, quando mencionamos uma “esposa troféu”, estamos descrevendo uma mulher que se destaca pela sua beleza, dedica considerável cuidado à sua aparência, é percebida como atraente pela maioria e comumente usa roupas e acessórios de marcas de prestígio.

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Realidades distintas

Apesar de serem experiências vividas por algumas mulheres, Brena Fernandez, docente na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e líder do Núcleo de Pesquisa em Economia Feminista (NEEF), destaca que a maior parte das mulheres no Brasil que não trabalha e depende financeiramente dos maridos o faz por necessidade, não por opção pessoal.

Ela chama a atenção para o perigo enfrentado por mulheres vulneráveis que dependem financeiramente de seus companheiros. Fernandez observa que muitas mulheres que investiram suas vidas no trabalho doméstico frequentemente se encontram sem recursos quando o relacionamento chega ao fim.

Equilíbrio

Mirla Cisne, docente na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), destaca a necessidade de manter um relacionamento equilibrado, mesmo quando a mulher decide não trabalhar ou assumir obrigações financeiras. Ela alerta que, em uma dinâmica de dependência, a mulher pode se tornar uma espécie de investimento para o homem, uma situação que, em certos casos, pode desencadear violência psicológica ou física.

Byanca Moraes está ciente dessas potenciais armadilhas e orienta outras mulheres que a procuram em busca de orientação sobre como seguir seu estilo de relacionamento. Ela também ressalta a relevância de manter uma certa autonomia financeira, poupando dinheiro ou investindo em educação, como uma forma de se precaver para o futuro e salvaguardar os direitos da mulher em caso de término da relação.

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