Qual é a renda da classe baixa? Entenda o que é e como funciona o cálculo

Apesar do tímido crescimento da economia brasileira, a maior parte da população ainda pertence às classes mais baixas. Segundo dados da Tendências Consultoria, em 2024, mais da metade dos domicílios no país ainda pertencem às classes D e E, cuja renda mensal é de até R$ 2.900. Como reflexo, os benefícios sociais, como o programa Bolsa Família, são indispensáveis na luta contra a desigualdade social.

No entanto, a perspectiva da consultoria é que a retomada econômica beneficiará inicialmente as classes mais altas, como a classe A. Dados indicam que apenas 2,8% dos domicílios brasileiros pertencem a essa camada, cuja renda mensal é acima de R$ 22 mil. A pesquisa da Tendências Consultoria ressalta a importante divergência socioeconômica do país e como ela representa desafios no combate à pobreza e à desigualdade. (via: InfoMoney)

A mobilidade social e a desigualdade no Brasil

O levantamento do estudo também indica que a mobilidade social no Brasil será reduzida nos próximos anos, um fenômeno comum em países com alta desigualdade de renda. Ou seja, a passagem das classes mais baixas para as intermediárias e altas é lenta e enfrenta vários obstáculos. Isso significa que a maior parte dos brasileiros que hoje pertencem às classes D e E continuará nessa condição até, pelo menos, 2024.

Os desafios das classes D e E: trabalho e benefícios sociais

Outro apontamento relevante do estudo é a dependência das classes D e E em relação às políticas sociais do Governo Federal. Segundo o estudo, essa parcela da população se beneficia fortemente do Bolsa Família, do BPC (Benefício de Prestação Continuada), da Previdência Social e de outras fontes de renda. Apenas 47,1% da renda dos mais pobres provêm do trabalho, numa clara demonstração da precariedade do mercado de trabalho brasileiro.

Já na classe A, apenas 24,8% da renda vem do trabalho e 74,2% provém de outras fontes, como juros de aplicações financeiras, aluguéis e lucros de empresas. Isso mostra que, nos estratos mais altos, há uma maior diversificação de fontes de renda, o que pode garantir uma maior qualidade de vida e estabilidade financeira.

Este retrato apresentado pela Tendências Consultoria sobre as classes sociais em nosso país demonstra que, apesar de avanços econômicos, ainda há um longo caminho a percorrer para diminuir a disparidade de renda e a desigualdade social. 

Para uma verdadeira mudança nesse quadro, são necessárias ações efetivas do poder público, como políticas de geração de emprego e renda, melhorias na educação, expansão dos programas de transferência de renda e valorização do salário mínimo.

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