Recuperação Judicial da Americanas tem reviravolta com decisão do Banco Safra

O Banco Safra, até então o único que não havia aderido ao plano de recuperação judicial da empresa de varejo Americanas (AMER3), alterou sua decisão às vésperas da assembleia geral de credores, agendada para a próxima terça-feira, 19. Embora houvesse denunciado várias tentativas de fraude e solicitado à Justiça o cancelamento da assembleia, o pedido foi rejeitado.

O noticiário O Globo foi o primeiro a divulgar a adesão do Banco Safra ao plano de recuperação, sendo posteriormente confirmado pelo jornal Estadão. Não houve comentário do Safra e a Americanas não foi contatada pela reportagem até o momento da publicação.

A relevância do Banco Safra para o plano de recuperação judicial da Americanas

O Safra possui uma receita de R$ 2,5 bilhões para sair da Americanas. Em declarações anteriores de seus representantes legais, alegou-se que a tentativa de aprovação forçada do plano no “final de 2023” visava benefícios tributários para a empresa de varejo e para “instituições financeiras coniventes com a fraude”.

Dentre tais acusações de fraude estavam o acordo feito pelos bancos de não processar a Americanas e seus acionistas principais (Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira), a desigualdade de tratamento entre credores da mesma classe e o reconhecimento da data-base de cálculo dos créditos de 19 de janeiro, enquanto a lista de credores considerava a data-base do dia 12 do mesmo mês.

Qual o impacto da adesão do Banco Safra no quadro financeiro da Americanas?

A Americanas, em finais de novembro, conseguiu fechar acordo com detentores de mais de 35% da dívida. Foi definido que a empresa receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, dividida entre recursos dos acionistas de referência e a conversão de dívida pelos bancos credores.

Com o início do plano, a dívida bruta da Americanas deve cair para R$ 1,9 bilhão, de acordo com as informações da própria empresa. O valor mais recente, referente ao final de 2022, indicava que a dívida bruta estava em torno de R$ 37,3 bilhões, mostrando a importância desse acordo para a reestruturação da situação financeira da companhia.

Com informações do InfoMoney.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.